quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Banquete de saudade.

Apenas senti sua falta depois do almoço. Comi tudo, como minha mãe havia me ensinado quando criança. Tomei minha xícara de café, meio-morno-meio-doce-demais. O sono pesado que me embalou na cama úmida do meu último pesadelo fez com que eu sentisse seu cheiro de salgado feito por vovó em dia de domingo. Uma mistura agridoce das frutas nas tortas com muito recheio. Apenas foi assim. Invadiu-me o quarto pela janela feito onda desenhada no ar, prestes a me tirar flutuando como acontecia nos desenhos animados. Derreteu-se sobre minhas pálpebras e encharcou minha mente do seu carinho que agora eu não pude ter.

Cheiro viciante que me encheu a boca d’água. Mistura da sua saliva com minha sede dos teus beijos e perfume e voz e braço e coxa e bunda. Tudo num pacote só. Correspondência que eu queria sem devolução na calçada da minha casa. Pelo menos por esta tarde de sono e saudade.

Quero seu cheiro impregnado nas minhas camisetas suadas de tanto amor. Quero seu cheiro nas minhas cuecas depois do sexo. Quero seu cheiro em minhas mãos depois de sentir cada ponto do seu corpo e delinear-te o meu desejo além de saudade e lembrar. Quero tudo isso além desse cheiro que se agarrou nas minhas narinas feitas de sonos solitários depois do almoço.

2 comentários: