quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Entre cama, mesa e banho após amor.

Então você se camufla dentro dessas camisas Polo amassadas e diz que está tudo bem? Finge que tudo não passa de um mal-estar/ciúme-incoerente e fuma um cigarro só pra disfarçar tamanha tensão nos olhos. Baixa a pressão. Tonteira. Quase dorme. Brinca de ser criança carente entre copos de conhaque e pernas entrelaçadas por debaixo da mesa. Não vejo pouca falta de incoerência.

Me pergunta sobre o amor. Eu respiro e digo que é aquilo que sinto quando estou no estado de demência demasiada por alguém, sem odiar a tolice do próprio sentimento, sem querer perceber a dor que sentimos quando não dão a mínima por nós, bobos-de-amar, e mesmo assim queremos esse amar que tanto nos maltrata, porque pra mim é isso, só sinto que estou amando quando me dói o peito por algo que as vezes nem sei explicar ou não quero para não ter a desilusão de acreditar que aquilo vai deixar de ser sentir para ser pensar. Amor só é bom quando me dói.

Você retruca exalando o cheiro das flores que te dei. Retruca chorando o perfume desses anos que estávamos entre fumaça, vinho, cama, mesa e banhos depois das trepadas. O perfume de desejo. Um cheiro bom quando se tem compatibilidade. Cheiro de dependência do meu modo de companhia que juram ser boa e que eu nem acreditava ultrapassar o nível de acompanhamento, apenas.

Respiro. Penso naquilo que me arrancaram há anos no colégio entre livros, cartas de amor e bilhetes anônimos onde eu era o admirador secreto. Penso no que deixaram nos encostamentos nas ruas junto com meu vômito depois das doses de cachaça, nos bancos dessa cidade que fede a intolerância e a falta-do-que-se-amar. Penso e minha cabeça dói. Parece que está ainda inflamada de tanto tentar tirar essa sujeira daqui de dentro. Não gosto dessa bagunça. E ainda sem querer deixo você perceber o meu pensar e às vezes parece estremecer com o meu achar do amor.

Só penso que ainda não seja instantâneo. Não coloquei meu calor com ele no fogo e não o temperei. Pronto. Após três minutos eu posso comer você e o amor. Não penso dessa forma. E seria burrice minha pensar assim. Não os achei na prateleira do mercado e não os procuro nas vitrines de lojas de grife. Apenas vou assim, calado, com poucos sonhos guardados debaixo do sol ardente que não perdoa tentando não olhar para o relógio que sempre quer me avisar a tardia dessa espera ou que é cedo demais para cultivar e adubar com merda o tal do amor.


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. amor é de cada um.

    p.s.: sempre bom te ler
    p.s.2: adorei as imagens

    ResponderExcluir
  3. Oi, tô meio que numa campanha contra plágio, cópias e etc.

    Um garoto chamado Marcelo Novais plagiou quase todos os textos do meu blog, e acho que tu visita ele. Anyway, se não souber quem é, vai saber agora.

    Beijos!

    ah, e gostei do teu blog!

    ResponderExcluir